Lula cobrou diretores da Abin e da PF após denúncia de espionagem, segundo jornal
Lula confronta diretores da Abin e PF sobre espionagem de autoridades paraguaias, revelando tensões internas no governo. Investigação em andamento pode impactar as relações diplomáticas do Brasil no Mercosul.
Lula exige explicações em reunião tensa com diretores da Abin e PF sobre espionagem contra autoridades paraguaias.
A informação, revelada pela Folha de S. Paulo, surge após reportagens do UOL que indicam o hackeamento de membros do alto escalão do Paraguai. O encontro, considerado conflituoso, envolveu também o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A operação de espionagem ocorreu durante negociações sobre a Usina de Itaipu. O governo Lula atribuiu a responsabilidade à gestão de Jair Bolsonaro, mas a PF investiga a continuidade das atividades durante o governo atual, supostamente com conhecimento e autorização de Luiz Fernando Corrêa.
Durante a reunião, Andrei Rodrigues apresentou evidências sobre a autorização para a ação, levantando disputas internas entre a PF e a Abin. Corrêa e Rodrigues são considerados rivais, com frequentes atritos. A apuração sobre a chamada “Abin paralela” está no centro da discordância.
Fontes da PF alegam que Corrêa tenta dificultar investigações, enquanto aliados da Abin afirmam que a PF age por motivações políticas. O governo, em nota oficial, afirmou que a operação foi desautorizada em março de 2023 e que Corrêa só assumiu o cargo após aprovação do Senado.
A reunião também abordou a contestação dos termos da nota por Rodrigues, que destacou que informações foram fornecidas pela própria Abin.
O caso complica as relações diplomáticas do Brasil no Mercosul, e se a espionagem for confirmada, pode haver retaliações diplomáticas. A situação agrava a tensão interna, aumentando a pressão sobre Lula para reorganizar áreas de inteligência e segurança.
Desdobramentos podem levar o Planalto a rever nomes-chave, visando a manutenção da credibilidade institucional do Estado brasileiro.