Lucro recorde do Santander global é afetado por encargos de € 467 milhões no Brasil
Santander enfrentou um recuo nas ações após registrar um encargo inesperado no Brasil, ofuscando lucros recordes. A queda de 2,8% na Bolsa de Madri destaca as preocupações com o ambiente econômico mais complexo no país.
Ações do Santander apresentaram queda nesta quarta-feira (30). O recuo foi impulsionado por um encargo inesperado de € 467 milhões em seus negócios no Brasil no segundo trimestre.
Na Bolsa de Madri, os papéis caíram até 2,8%, liderando as perdas entre bancos europeus. O encargo foi para ajustar expectativas de um ambiente econômico mais complexo no Brasil, seu maior mercado fora da Espanha.
O lucro líquido do grupo subiu para 3,43 bilhões de euros e foi anunciada uma recompra de 1,7 bilhão de euros para devolver parte do lucro do primeiro semestre. Esta medida faz parte de um plano de retorno de 10 bilhões de euros aos investidores em dois anos.
A presidente executiva Ana Botín acelerou transações estratégicas em resposta a um excesso de caixa devido às taxas de juros mais altas. O Santander também está expandindo na América com um novo banco de investimento nos EUA.
Na Europa, o Santander está aumentando sua presença no Reino Unido com a compra do TSB por £2,65 bilhões (US$ 3,53 bilhões), enquanto reduz operações na Polônia. As ações caíram 2,7% às 9h39 em Madri, após uma valorização de 73% neste ano.
Hugo Cruz, analista da KBW, destacou que os resultados foram decentes. O lucro nos EUA cresceu quase 10% em relação ao ano anterior, apesar das dificuldades no banco de investimento.
As tarifas estão afetando menos o Santander, que abriu um novo escritório em Houston e está lançando o Openbank na América do Norte. O banco, no entanto, enfrenta pressão cambial, já que o euro valorizou 12% em relação ao dólar este ano.
O acordo com o TSB, que complementa as operações do Santander no Reino Unido, promete uma economia de custos de 400 milhões de libras. A combinação foi vista como uma transação oportuna e bem dimensionada, com expectativas de novas fusões e aquisições no próximo ano.