Lojas britânicas temem aumento nas importações da Shein e Temu com tarifas de Trump
Varejistas alertam para possível inundação do mercado europeu com produtos chineses após mudanças nas tarifas dos EUA. Preocupações incluem segurança dos produtos e evasão fiscal, além de implicações nos preços para consumidores britânicos.
Chefes do varejo britânico expressam preocupações sobre o risco de produtos chineses inundarem o Reino Unido e a Europa, influenciados por tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
Executivos de grandes varejistas de eletrônicos, como a Currys, observam que fábricas chinesas estão vendendo diretamente para plataformas de varejo, como Shein, Temu e Amazon, desviando estoques que deveriam ir para os EUA.
O diretor executivo da Currys, Alex Baldock, mencionou sinais de "estoque sendo desviado" e destacou que o Reino Unido pode ver um aumento de produtos dessas plataformas.
Helen Dickinson, do British Retail Consortium, reforçou que os varejistas estão preocupados com a qualidade inferior que pode surgir desse redirecionamento.
Nick Glynne, do Buy It Direct, alerta sobre o movimento em massa de fábricas chinesas vendendo diretamente para consumidores e prevê que essa tendência vai acelerar.
A recente exclusão de smartphones de tarifas recíprocas dos EUA pode não ser suficiente, uma vez que outros eletrônicos ainda são afetados por tarifas sobre semicondutores, cujas regras estão em definição.
Baldock e Glynne levantaram questões de segurança e evasão fiscal associadas a algumas fábricas chinesas. Baldock enfatizou a importância do Reino Unido não ficar para trás na imposição de tarifas.
A União Europeia iniciou investigações sobre plataformas como Shein e Temu devido a preocupações com produtos perigosos e falsificados.
Andrew Gossage, da Ultimate Products, comentou que fábricas chinesas estão realocando suas vendas para a Europa, o que pode resultar em preços mais baixos.
Baldock revelou que a Currys obteve volumes elevados de produtos escassos devido ao desvio de estoques que iam para os EUA.
Gossage e Glynne também alertaram sobre o risco de crise de caixa em fornecedores que enfrentam queda na demanda dos EUA, o que pode prejudicar a capacidade de atender ao Reino Unido e à Europa.
A Shein afirmou que seu modelo de negócios flexível é a chave para manter preços acessíveis, em vez de depender de isenções fiscais.
Alibaba, Amazon, eBay, Temu e TikTok não comentaram sobre a situação.