Livro retrata a OpenAI e indústria de IA como impérios coloniais que sugam dados, água e energia

Sam Altman, cofundador da OpenAI, prevê uma "era da inteligência" e "prosperidade massiva" em breve. Mas a jornalista Karen Hao critica essa visão em seu livro "Empire of AI".

Hao argumenta que a indústria de IA, incluindo a OpenAI, é semelhante aos "impérios da época do colonialismo europeu", pois explora dados que não lhe pertencem e extrai recursos ao redor do mundo.

A autora, que foi a primeira jornalista a cobrir a OpenAI, retrata a ascensão da empresa e os perigos de seu avanço tecnológico, que frequentemente ignora os impactos negativos.

No livro, ela critica o desvio da missão original da OpenAI, que se tornou focada em comercialização e avanços rápidos em detrimento do bem-estar social.

Hao menciona a demissão e readmissão de Altman em 2023 como sinais do fracasso do experimento de governança sem fins lucrativos.

Embora reconheça os benefícios da IA, como integração de energia renovável e diagnósticos médicos, ela destaca os riscos associados à busca pelo crescimento a qualquer custo, que concentram poder nas mãos de poucos.

O livro também aborda o divórcio entre Altman e Dario Amodei, que fundou a Anthropic devido a preocupações sobre os impactos negativos da IA.

Hao critica tanto os aceleracionistas, que defendem o desenvolvimento rápido da IA, quanto os catastrofistas, que alertam apenas para riscos futuros, destacando a necessidade de abordar danos atuais, como desinformação e violação de direitos autorais.

Em resposta, a autora pede regras de privacidade de dados, transparência e normas trabalhistas que garantam condições dignas de trabalho para aqueles que lidam com dados.

"Empire of AI", publicado pela Penguin Press, tem 496 páginas e está disponível por R$ 93 (e-book).