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Livro defende uso militar da inteligência artificial em nome do bem comum

Obra de Karp e Zamiska provoca reflexões sobre a responsabilidade ética dos inovadores na tecnologia militar. O livro questiona a desconexão entre avanços tecnológicos e interesses públicos em um cenário global tumultuado.

"A República Tecnológica: Tecnologia Política e Futuro do Ocidente", de Alexander C. Karp e Nicholas W. Zamiska, defende a aplicação intensiva de software e inteligência artificial (IA) pelo Estado, especialmente em militar e segurança pública.

O livro levanta questões essenciais sobre um contexto global marcado por guerras, migrações em massa, populismo e crise das democracias. Karp e Zamiska criticam a atual geração de engenheiros dos EUA, que, segundo eles, está desconectada de um propósito nacional e dedicada a inovações para consumo individual.

A obra enfatiza a necessidade de um compromisso ético com a sociedade, focando, controversamente, na área militar. Karp, empresário da Palantir, apresenta a empresa como um exemplo de inovação no setor de defesa.

O livro propõe que a urgência em investir em armas com IA é causada pela percepção de que inimigos dos EUA estão avançando rapidamente. Isso poderia desencadear uma corrida armamentista artificial. No entanto, seu tom alarmista gera controvérsias sobre suas intenções.

Os autores abordam a relação entre ciência e Estado no contexto da Segunda Guerra e da Guerra Fria, mas falham em discutir questões de direitos civis, justiça e risco ético na aplicação militar da IA.

A história revela os perigos de abordagens alarmistas, como os projetos MK Ultra da CIA nos anos 50 e 60, que violaram princípios éticos.

Embora o livro não trate de tecnofobia, ele propõe cautela. Apesar de suas omissões, é uma contribuição significativa para o debate sobre tecnologia e o futuro político do Ocidente.

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