Lista de exceções atenua em até 41% impacto do tarifaço de Trump ao Brasil, dizem consultorias
A isenção de tarifas sobre 694 produtos representa um alívio significativo nas exportações brasileiras para os EUA, reduzindo o impacto do tarifaço em até 44,55%. O governo brasileiro se reúne para discutir os efeitos das novas medidas sobre setores vulneráveis, como carne e café.
Brasília - O governo americano anunciou uma lista de 694 produtos que estão fora do tarifaço, o que deve reduzir em 41% o impacto sobre o Brasil, segundo a Leme Consultores. Para 2024, esse porcentual pode chegar a 44,55%.
Lula se reunirá com auxiliares nesta quarta-feira para discutir o assunto. Para o economista-chefe da Leme, José Ronaldo Jr., as isenções aliviam o impacto na economia brasileira, embora setores como carnes e café ainda sejam afetados.
Produtos importantes como suco de laranja, celulose e aviões da Embraer foram excluídos da alíquota de 50%.
De janeiro a junho, o Brasil exportou US$ 20 bilhões para os EUA, sendo US$ 8,2 bilhões (41%) em produtos isentos. Para 2024, espera-se que US$ 17,98 bilhões (44,55%) fiquem livres da tarifa.
Os dados preliminares indicam que cerca de 30% das exportações brasileiras para os EUA, ou US$ 12 bilhões, ficarão isentas até junho de 2025. Oito produtos concentram 90% desse valor, incluindo óleos brutos de petróleo e suco de laranja congelado.
No lado dos produtos taxados, nove itens representam cerca de 25% do valor total afetado. Os principais incluem semimanufaturados de ferro e café em grão.
Leonardo Costa, economista do ASA, destaca que apesar das isenções, produtos como café e carnes estão sujeitos à tarifa. A entrada em vigor foi postergada para 6 de agosto, permitindo mais negociações setoriais.