Líderes deveriam fazer como Lula e reagir com coragem a bullying de Trump, diz Nobel de economia
Joseph Stiglitz defende que líderes globais sigam o exemplo de Lula e enfrentem o comportamento agressivo de Trump. O economista ressalta a importância da soberania nacional e a necessidade de resistência a pressões externas.
Joseph Stiglitz, economista e vencedor do Nobel de Economia em 2001, publicou artigo em jornais americanos defendendo que líderes mundiais sigam o exemplo de Lula no enfrentamento ao "bullying" de Donald Trump.
Stiglitz afirma que, sob a liderança de Lula, o Brasil reafirmou seu compromisso com o Estado de Direito, mesmo com os EUA renunciando a sua própria Constituição. Ele espera que outros líderes políticos façam o mesmo.
No artigo publicado no Project Syndicate, Stiglitz criticou a tarifa de 50% imposta por Trump às exportações brasileiras, classificando-a como ilegal e uma violação da soberania nacional. Ele apontou que Trump ignora a Constituição americana, que confere ao Congresso a autoridade para impor tarifas.
O Nobel comparou a situação atual de Trump ao processo contra o ex-presidente brasileiro Bolsonaro, que também tentou comprometer a democracia durante sua presidência. Ele destacou que a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 no Brasil foi mais grave que o ataque ao Capitólio dos EUA.
Stiglitz afirma que Trump "viola o Estado de Direito" ao pressionar o Brasil a abandonar o processo contra Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe e está sob monitoramento.
Trump justificou a tarifa como uma "caça às bruxas" contra seu aliado, Bolsonaro. Stiglitz comparou as reações legais nos EUA e no Brasil, enfatizando que Lula não age por motivos políticos, mas sim pela crença no direito do Brasil de cuidar de suas próprias políticas sem interferência externa.
Ele conclui que é essencial que líderes de outros países também demonstrem coragem contra a intimidação dos EUA, alertando que Trump minou a democracia em seu país e não deve ser permitido fazer o mesmo globalmente.