Líder na produção global, Brasil aumenta uso de agrotóxicos na soja, diz estudo
Brasil aumenta consumo de agrotóxicos e fertilizantes, mas enfrenta queda na rentabilidade agrícola. Produtores buscam alternativas como bioinsumos para equilibrar custos e sustentabilidade.
Brasil aumenta uso de agrotóxicos e fertilizantes para produção de soja, liderança global, superando a ampliação da área plantada. Riscos ambientais e diminuição da rentabilidade no campo são preocupações.
O Instituto Escolhas revelou que o Brasil lidera, proporcionalmente, o uso de defensivos agrícolas entre grandes produtores como EUA, Argentina, China e Índia. O país ocupa o segundo lugar em uso de fertilizantes, perdendo apenas para a China.
Apesar do crescimento da área plantada de soja – de 11 milhões de hectares em 1993 para 44 milhões atualmente – a produtividade caiu drasticamente. Em 1993, eram 23 sacas de soja para cada quilo de agrotóxico; em 2023, apenas 7 sacas. Com fertilizantes, a produção caiu de 517 para 333 sacas por tonelada de insumos.
O custo de insumos subiu de 30% para 44% do valor bruto produzido. O agro teve crescimento de 12,2% no PIB no primeiro trimestre de 2025, mas isso levanta questões sobre sustentabilidade e custos.
Só no Brasil, a venda de agrotóxicos cresceu 893% em 30 anos, enquanto a área cultivada aumentou 96%. Jaqueline Ferreira sugere que o aumento de custos levará a maior procura por bioinsumos.
Cerca de 70% dos produtores já utilizam bioinsumos, segundo Maurício Buffon. Produtores como Antonio Brólio, que utiliza bioinsumos há sete anos, afirmam que essa prática resulta em melhor qualidade e volume de colheitas, tornando-se mais viável economicamente ao longo do tempo.