Lewandowski nega ação em larga escala de espiões russos no Brasil
Ministro da Justiça descarta operação em larga escala de espiões no Brasil, mas confirma investigação em andamento sobre um caso isolado. Autoridades ressaltam a vulnerabilidade do país em relação à obtenção de documentos falsos que facilitam ações de espionagem.
Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que não há evidências concretas de espiões russos em larga escala no Brasil. Ele ressaltou um caso isolado em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Lewandowski comentou durante uma coletiva em Brasília após a 4ª Reunião da Interpol para chefes de polícia da América do Sul. A Polícia Federal (PF) colabora com autoridades internacionais no caso de espionagem.
Apesar da declaração, investigações da PF sugerem que o Brasil pode ter sido usado como base para espiões russos desde 2022. O New York Times relatou que o país se tornou uma "fábrica" de identidades falsas para esses agentes.
- Os espiões, conhecidos como “ilegais”, infiltraram-se disfarçados e criaram identidades com documentos falsos.
- Entre eles está Serguei Tcherkasov, preso após tentativa de infiltração no Tribunal Penal Internacional.
- O STF rejeitou a soltura de Tcherkasov e condicionou a extradição à conclusão das investigações.
Fatores como a facilidade de obtenção de documentos oficiais no Brasil e o passaporte brasileiro, bem aceito globalmente, facilitam a atuação de espiões.
A PF identificou movimentações financeiras suspeitas ligadas a Tcherkasov e, em abril de 2024, descobriu outro espião, Serguei Alexandrovitch Chumilov, que deixou o Brasil após ser identificado.
Chumilov era vinculado a uma entidade cultural com histórico de espionagem. O governo brasileiro evita caracterizar a situação como operação internacional coordenada e aguarda decisões judiciais sobre o caso.