Levantamento aponta que 3 em cada 10 entregadores de SP e RJ enfrentam insegurança alimentar
Pesquisa revela que 32% dos entregadores por aplicativo enfrentam insegurança alimentar, evidenciando um ciclo de pobreza e falta de proteção social. O levantamento destaca a necessidade urgente de regulação e melhores condições de trabalho para esses profissionais essenciais.
Entregadores por aplicativo enfrentam desafios severos: pesquisa da ONG Ação da Cidadania revela que 32% dos trabalhadores vivem em insegurança alimentar, com acesso restrito a alimentos.
O estudo, realizado em São Paulo e Rio de Janeiro, mostra que a situação desses entregadores é mais crítica do que a média nacional de 9,4%. Apenas 10% possuem ensino superior, dificultando a inserção em outros mercados.
Condições de trabalho: Quase 60% dos trabalhadores atuam todos os dias, sem vínculos formais ou proteção social. A maioria recebe uma falsa sensação de liberdade, mas enfrenta ciclos de pobreza.
Acidentes de trabalho: 41% já passaram por acidentes, e 90% não têm plano de saúde ou seguro de vida. 72% não contribuem com a Previdência Social, comprometendo aposentadorias futuras.
Rodrigo Afonso, da Ação da Cidadania, destaca a necessidade de regulação do trabalho digital e condições dignas. A pesquisa será encaminhada para o Governo Federal e o Congresso Nacional.
Protestos e demandas: Entregadores realizam manifestações em todo o país, reivindicando:
- Reajuste da taxa mínima por entrega: de R$ 6,50 para R$ 10;
- Aumento do valor pago por quilômetro: de R$ 1,50 para R$ 2,50;
- Limitação de rotas de bicicleta: máximo de 3 km por pedido;
- Pagamento integral por entrega, sem cortes.
A Amobitec apoia a regulamentação do setor, enquanto o iFood estuda um ajuste no valor pago por quilômetro e oferece seguro para entregadores.