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Leonardo da Vinci e o desmatamento

A trajetória do uso da madeira e seu impacto na civilização revela uma relação complexa entre desenvolvimento humano e desmatamento. Após séculos de exploração, novas práticas agrícolas podem sinalizar uma mudança positiva na conservação ambiental.

Leonardo da Vinci recebeu gravetos e troncos como pagamento pela decoração do relógio do mosteiro de San Donato em 1481, garantindo aquecimento para seu ateliê na Toscana.

Essa história foi relembrada durante uma exposição imersiva sobre o artista em São Paulo. O lenho das árvores desempenhou papel crucial na civilização por 5.000 anos, desde a Idade do Bronze até a época medieval.

A madeira era essencial para aquecer lares, construir moradias, palácios, embarcações e utensílios, impactando diversas áreas. Em 1570, grandes castelos no Japão exigiam desmatamentos massivos de florestas.

Desde civilizações antigas até a Revolução Industrial, a supressão da vegetação foi parte do processo civilizatório. Hoje, o desmatamento é associado à agricultura, mas a madeira foi o primeiro causador dessa degradação.

No século 18, as reservas de madeira na Inglaterra estavam exauridas, culminando na transição para o carvão mineral, que começou a era dos combustíveis fósseis. Essa mudança, embora tenha contribuído para a recuperação de áreas naturais, resultou em mudanças climáticas devido à emissão de CO².

A partir de 1800, a crescente demanda por alimentos devido à explosão demográfica levou ao forte desmatamento. A população humana dobrou para 2 bilhões em 1927 e chegou a 3 bilhões em 1960, um período marcado pelo êxodo rural no Brasil.

A pressão por abastecimento alimentar resultou no desmatamento da Mata Atlântica e do Cerrado, enquanto a Amazônia também foi afetada. A conclusão é clara: quem desmata é a civilização, não o agricultor.

Atualmente, um renascimento na agropecuária tropical, impulsionado por avanços científicos e tecnológicos, pode liberar áreas naturais e sinalizar o fim do desmatamento. Nem Leonardo da Vinci imaginaria esse fenômeno.

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