HOME FEEDBACK

Leilão de reserva de capacidade pode pressionar o preço do diesel

Novas discussões estão em pauta para o leilão de 2025, que visa garantir a segurança energética do Brasil com usinas de gás e biocombustíveis. No entanto, o aumento da demanda por biodiesel pode impactar os preços e a disponibilidade do diesel, afetando diretamente o consumidor.

Ministério de Minas e Energia prepara nova rodada de discussões sobre o LRcap (Leilão de Reserva de Capacidade na Forma de Potência) de 2025.

A proposta visa contratar usinas termelétricas a gás natural e biocombustíveis, além de ampliar hidrelétricas para garantir a segurança energética do país.

No entanto, essa decisão pode impactar diretamente o bolso do consumidor de diesel.

O setor de biodiesel, crucial para essa geração, opera no limite da capacidade produtiva: em 2024, a produção foi de 8,98 bilhões de litros, quase igual ao consumo nacional de 8,93 bilhões.

Com o possível aumento no teor de mistura de biodiesel de 14% para 15%, a demanda chegaria a 9,6 bilhões de litros, atingindo 91% da capacidade instalada.

Por conta do modelo de leilão, as usinas só serão acionadas em caso de necessidade, sem incentivos para aumento da oferta, gerando risco de desabastecimento e alta de preços no diesel.

O Brasil enfrenta ainda restrições que agravam a situação:

  • Proibição de importação de biodiesel impede acesso a fontes alternativas.
  • Logística ineficiente: 74% da produção depende do óleo de soja.
  • Usinas concentradas no Centro-Oeste e Sul, enquanto o consumo se espalha pelo país.
  • Transporte rodoviário aumenta custos operacionais.

Além disso, o biodiesel é perecível e tem baixa capacidade de armazenamento, dificultando sua utilização em casos de pico.

Historicamente, essa pressão levou o governo a adotar medidas emergenciais, como a redução temporária do teor de biodiesel na mistura para conter os preços.

É urgente que o LRcap ocorra, mas é essencial que a participação dos biocombustíveis seja desenhada com prudência.

A iniciativa é importante para a confiabilidade do sistema elétrico, mas deve considerar os impactos na segurança de abastecimento. Caso contrário, quem paga a conta é o cidadão brasileiro.

Leia mais em poder360