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Leilão de baterias fica refém de acordo entre térmicas, que têm apoio de Silveira

Leilão de baterias enfrenta nova demora por decisões políticas do governo, que prioriza a contratação de termelétricas. Setor de armazenamento de energia aguarda respostas enquanto preocupações com a oferta de biodiesel se intensificam.

Leilão de baterias do governo federal será adiado até a definição de data para termelétricas, segundo fontes do governo. A decisão reflete preocupações políticas, especialmente do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que possui aliados no setor de gás natural.

O setor de baterias aguarda o leilão desde 2022, quando foi anunciado como parte do leilão de reserva de capacidade. As baterias são essenciais para equilibrar o sistema elétrico devido à presença de fontes intermitentes, como solar e eólica.

O leilão foi dividido em três partes: térmicas, pequenas hidrelétricas e baterias. O primeiro cerne tinha data para junho de 2023, mas foi cancelado após disputas judiciais entre as fontes de energia, gás natural e biodiesel.

O MME inseriu uma nova regra para favorecer térmicas que ligam e desligam rapidamente, beneficiando usinas a biodiesel. A controvérsia gerou pressionamento por cautela, devido à falta de oferta firme e à possibilidade de falsificação no mercado.

O cenário apresenta incertezas para o setor de baterias. Sem uma nova data para o leilão e com fabricantes em expectativa, Markus Vlasits, presidente da Absae, afirma que as duas tecnologias não se inter-relacionam e que o foco deveria ser solucionar o déficit de potência no Brasil.

Os sistemas de armazenamento de energia (BESS) são cruciais para equilibrar a geração solar e eólica, podendo substituir térmicas em períodos críticos. O leilão de baterias tem potencial para demandar 1 GW, enquanto o parque termelétrico brasileiro possui 16,7 GW.

Previsões indicam que, entre 2029 e 2034, o Brasil adicionará anualmente mais de 1 GW de baterias. No entanto, as escolhas políticas podem atrasar esses avanços. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico recomendou priorizar a contratação de térmicas, reforçando a preocupação com o adiamento do leilão de baterias.

Além disso, o mandato do diretor Ricardo Tili da Aneel, responsável pela regulamentação das baterias, se encerrou sem progresso, deixando o futuro do tema nas mãos de um novo diretor.

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