Leilão de áreas de petróleo vende 34 blocos, inclusive na Foz do Amazonas, e arrecada R$ 989 milhões
Leilão histórico faz primeira oferta de blocos na bacia da Foz do Amazonas, gerando polêmica ambiental. Petrobras e consórcios extranjeros garantem investimento significativo, apesar de críticas de representantes indígenas e ambientalistas.
Após um ano sem leilões, o 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) da ANP vendeu 34 blocos de 172 ofertados, arrecadando R$ 989,2 milhões.
Os blocos incluem áreas na bacia da Foz do Amazonas, gerando polêmica devido a riscos ambientais e disputas políticas.
A Petrobras adquiriu áreas na foz em dois lances. O leilão é segmentado, permitindo negociação por partes.
Um consórcio formado pela Petrobras e Exxon venceu dois blocos por R$ 10,5 milhões, com investimentos mínimos de R$ 109,8 milhões.
Outro setor liderado por Chevron e Petrobras totalizou 8 blocos leiloados por R$ 305,1 milhões, com ágio de 691%.
A Petrobras planeja investir US$ 3,1 bilhões até 2029 na exploração da Margem Equatorial.
A ANP ofertou 47 blocos na bacia; esta é a primeira vez que setores na Foz do Amazonas estão disponíveis desde a implementação da OPC.
Cerca de 250 pessoas protestaram contra o leilão, incluindo representantes de povos indígenas, criticando a falta de análise ambiental.
Nicole Figueiredo de Oliveira, do Instituto Internacional Arayara, destacou a ausência de análise para os blocos ofertados e mencionou ações civis públicas contra o leilão.
Representantes dos povos indígenas criticaram a rapidez do governo em mapear áreas para exploração, enquanto a demarcação de seus territórios está em questionamento.
O ágio total foi de 534,47%, com investimentos previstos de R$ 1,4 bilhão. O leilão tinha expectativas de arrecadação de R$ 444 milhões.
O prazo para apresentação de documentos das licitantes vencedoras termina em 9 de julho e a assinatura dos contratos está agendada para 28 de novembro.
A ANP declarou que critérios adicionais foram aprovados para garantir a exploração sustentável, excluindo áreas sensíveis adjacentes a terras indígenas e quilombolas.
Mais de 30 companhias estavam aptas a participar, incluindo Petrobras, Chevron, Shell, entre outras.