Kids pretos analisariam minha suspeição em caso de “golpe”, diz Moraes
Ministro Alexandre de Moraes destaca que a tentativa de golpe de Estado, se bem-sucedida, resultaria em sua suspeição no julgamento. Ele votou a favor de abrir ação penal contra 10 integrantes do núcleo responsável pela organização criminosa relacionada ao golpe.
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou que se o golpe de Estado tivesse sido bem-sucedido, sua suspeição seria analisada pelas Forças Especiais, conhecidas como kids pretos.
Durante seu voto em um caso de tentativa de golpe, Moraes disse que não poderia ser o relator devido a ser um dos alvos da ação. A PGR acusou um núcleo de 12 pessoas de querer manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Os acusados foram monitorados pelos kids pretos como parte do plano Punhal Verde Amarelo, que visava "neutralizar" Moraes.
Moraes destacou que o crime de golpe de Estado se define como a tentativa de depor um governo legitimamente constituído, conforme o artigo 359-L do Código Penal.
O ministro Flávio Dino acrescentou que a definição do tipo penal foi estabelecida pelo Congresso Nacional e sancionada por Bolsonaro.
Moraes votou a favor de receber a denúncia contra 10 dos 12 réus, excluindo Cleverson Magalhães e Nilton Diniz por falta de provas contundentes contra eles.
O STF começou a julgar se adiciona mais 12 pessoas à lista de réus, sendo um grupo considerado o mais numeroso da denúncia.
Esses acusados são suspeitos de organização criminosa, golpe de Estado e outros crimes relacionados a tentativas de desestabilizar o governo.
Desde março, a Corte já apresentou ações contra 21 pessoas, incluindo Bolsonaro e ex-ministros, por tentativas de manter sua ilegítima permanência no poder.
A 1ª Turma do STF decidirá até quarta-feira (21.mai) sobre a aceitação da denúncia e a transformação dos envolvidos em réus. Acusados militares enfrentam restrições na carreira se se tornarem réus e possíveis exclusões das Forças Armadas se condenados.