Justiça ordena que SP rebatize 11 locais que celebram ditadura militar
Justiça determina renomeação de 11 locais em São Paulo que homenageiam figuras da ditadura militar. A decisão é resultado de uma ação civil pública movida pelo Instituto Vladimir Herzog e a Defensoria Pública da União.
A Justiça de São Paulo determinou que a prefeitura apresente, em até 60 dias, um cronograma para renomear 11 endereços que prestam homenagem a militares e figuras ligadas à repressão da ditadura militar.
A decisão foi proferida na 2ª feira (19.mai.2025) pelo juiz Luiz Manoel de Fonseca Pires, da 3ª Vara de Fazenda Pública, em resposta a uma ação civil pública do IVH (Instituto Vladimir Herzog) e da DPU (Defensoria Pública da União).
As alterações incluem:
- 8 ruas e avenidas
- 1 praça
- 1 ponte
- 1 centro de esportes
- 1 crematório
Os locais abrangem diversas regiões da capital paulista. O juiz destacou a omissão da administração municipal em cumprir as determinações legais sobre o tema, afirmando que “há mais de 10 anos” a questão não é tratada.
A lei municipal de 2013, durante a gestão de Fernando Haddad (PT), permitiu mudanças em nomes de ruas e equipamentos públicos. Em 2016, foi instituído o programa Ruas de Memória. A atual administração, liderada por Ricardo Nunes (MDB), ainda não foi notificada da decisão e planeja recorrer.
Entre os endereços a serem renomeados estão:
- Avenida Presidente Castelo Branco (Marginal Tietê)
- Ponte das Bandeiras (Senador Romeu Tuma)
A CMV (Comissão da Memória e Verdade) identificou 38 locais com nomes vinculados à ditadura militar, 22 dos quais têm relação direta com a repressão. A lista inclui 17 equipamentos municipais, como escolas e ginásios.
Em destaque, o Centro Desportivo “Caveirinha” homenageia o general Milton Tavares de Souza, responsável pela Operação Marajoara. A lista também contempla a Rua Trinta e Um de Março, que faz referência ao golpe militar de 1964.
A Ponte das Bandeiras, que homenageia o ex-senador e ex-diretor do DOPS, deverá ser alterada também.