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Justiça manda prefeitura de São Paulo trocar nomes de 11 endereços ligados à ditadura militar

Justiça determina rebatização de locais em São Paulo que homenageiam a ditadura militar. Prefeitura se posiciona contra a decisão e planeja recorrer, enquanto o Instituto Vladimir Herzog comemora o avanço no reconhecimento de direitos humanos.

Justiça de São Paulo determina que a prefeitura altere nomes de ruas em até 60 dias.

A ordem envolve a mudança de 11 endereços: oito ruas e avenidas, uma praça, uma ponte, um centro de esportes e um crematório.

A decisão foi do juiz Luiz Manoel de Fonseca Pires, aceitando ação civil pública do Instituto Vladimir Herzog e da Defensoria Pública da União.

"Há mais de dez anos o poder público municipal é omisso", declarou o magistrado.

Uma lei municipal de 2013 já permitia mudanças nos nomes. Em 2016, foi criado o programa Ruas de Memória, que foi descontinuado, segundo o Instituto.

A Procuradoria Geral do Município afirma que aguarda a aprovação de um projeto de lei da Câmara sobre as alterações.

A Comissão da Memória e Verdade identificou 38 locais ligados à ditadura, sendo 22 diretamente relacionados à repressão.

A sentença solicita a renomeação de 11 locais para garantir o direito à memória.

Lorrane Rodrigues, do Instituto, destaca o Crematório Municipal de Vila Alpina, que homenageia Jayme Augusto Lopes, associado a práticas de desaparecimento forçado.

A rua Trinta e Um de Março, que celebra o golpe de 1964, é um dos pontos a serem alterados.

A pesquisa do Datafolha de 2020 revelou que 65% da população nunca tinha ouvido falar do Ato Institucional nº 5.

André Matheus, advogado da ação, acredita que essa decisão pode incentivar outras iniciativas semelhantes em todo o país.

Uma liminar anterior em dezembro de 2024 que pedia a revisão dos nomes foi derrubada após recurso da prefeitura.

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