Justiça dos EUA quer forçar Alphabet a vender Google Chrome e terminar acordo com a Apple
Advogado do DOJ pede medidas rigorosas contra o Google para restaurar a concorrência nas buscas online. Caso antitruste histórico pode redefinir o panorama da internet e afetar inovações no setor de inteligência artificial.
Medidas rigorosas contra o Google são necessárias para impedir o uso de seus produtos de inteligência artificial (IA) em busca de ampliar seu domínio nas pesquisas on-line, afirmou um advogado do Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA no início do julgamento histórico, em 21 de outubro.
O resultado pode reformular a internet, colocando o Google em risco de perder seu status como o principal portal de informações.
O DOJ só compara esse processo a ações anteriores contra a AT&T, Microsoft e Standard Oil.
David Dahlquist, advogado do DOJ, disse: “Há consequências para violações das leis antitruste”. O objetivo é forçar o Google a vender seu navegador Chrome e a implementar outras medidas para restaurar a concorrência, especialmente em um cenário em que as IA generativas, como o ChatGPT, estão em ascensão.
Dahlquist afirmou que a solução deve considerar o futuro e as novas realidades no mercado. Testemunhas da Perplexity AI e da OpenAI serão ouvidas sobre como as ferramentas de busca e IA se interagem.
O Google argumenta que seus produtos de IA não estão no escopo do caso, e que as medidas propostas prejudicariam a inovação americana. O Google planeja recorrer da decisão final.
Defensores das leis antitruste propõem medidas para abrir o mercado, como:
- Encerrar acordos exclusivos com a Apple e outros fabricantes para tornar o Google o mecanismo padrão de busca;
- Licenciar resultados de busca a concorrentes;
- Vender seu sistema operacional móvel Android se outras soluções falharem.
O Google considera essas propostas extremas e pede restrições apenas nos acordos de busca padrão.
Com uma avaliação de US$ 1,9 trilhão, o Google subsidia fabricantes como a Mozilla para permanecer como mecanismo padrão. A empresa afirma que cortar esses pagamentos aumentaria custos de smartphones.
O julgamento ocorre após uma vitória do DOJ que confirmou que o Google mantém um monopólio ilegal na tecnologia de publicidade.
A Meta Platforms também enfrenta um julgamento antitruste por suas aquisições do Instagram e WhatsApp.