Juros médios caem com contenção de R$31,3 bi de gastos, mas IOF cria ruídos
Taxas dos DIs apresentam quedas modestas após anúncio de contenção de gastos do governo, mas enfrentam pressão pela falta de clareza em relação ao IOF. Investidores reagem a dados econômicos mistos, refletindo incertezas sobre a política fiscal e monetária brasileira.
Taxas dos DIs encerraram quinta-feira com quedas modestas, após cair mais de 20 pontos-base em alguns vencimentos.
O mercado avaliou o anúncio do governo sobre a contenção de R$31,3 bilhões em gastos, mas reagiu negativamente à mudança no IOF.
À tarde, a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 14,747%, e a para janeiro de 2027 em 14,035%.
Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,8% e para janeiro de 2033 em 13,88%.
As taxas cederam desde a manhã, acompanhando o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, enquanto o mercado aguardava a divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas.
Antes da divulgação, as taxas caíram após informações de que a contenção seria de R$31 bilhões e haveria aumento do IOF.
O governo anunciou:
- Contingenciamento de R$20,7 bilhões
- Bloqueio de R$10,6 bilhões
Três profissionais consultados pela Reuters disseram que o mercado aprovou a contenção, considerando um esforço fiscal maior do que o esperado.
No entanto, depois da divulgação, a taxa do DI para janeiro de 2031 caiu para 13,67% e, logo após, houve uma piora no mercado. O economista Flavio Serrano destacou que a leitura detalhada do relatório foi negativa.
Houve “falta de clareza” nas mudanças divulgadas pelo governo sobre o IOF, levando investidores a realizar lucros.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu as medidas e afirmou que podem ser complementadas ao longo do ano, visando um resultado primário zero em 2025.
A curva a termo precificava 91% de probabilidade de manutenção da taxa Selic em junho, atualmente em 14,75% ao ano.
No exterior, o rendimento do Treasury de dez anos caía para 4,539%.