Juros futuros têm dia volátil com redução de 'efeito Tarcísio' e tarifaço de Trump; custo da dívida preocupa

Curvas de juros futuros no Brasil apresentaram forte volatilidade nesta quinta-feira (17), fechando no negativo após alta inicial. A mudança na percepção do mercado é influenciada por sobretaxas de importação dos EUA e a situação política brasileira.

A taxa de DI para janeiro de 2026 manteve-se a 14,94%, enquanto as taxas de janeiro de 2027 e 2029 caíram para 14,34% e 13,62%, respectivamente. Para 2031, a taxa foi a 13,79%.

O cenário foi impactado pela melhora na popularidade do presidente Lula nas pesquisas, levando a temores sobre uma possível política de ampliação de gastos, segundo Santiago Schmitti, especialista da Manchester Investimentos.

Simulações mostram Lula liderando as intenções de voto, com um empate técnico com Tarcísio de Freitas em algumas situações.

A validação do decreto do IOF pelo ministro Alexandre de Moraes também influenciou a avaliação do mercado, que acredita em um sinal de convergência entre as instituições.

Fatores externos, como dados positivos do varejo nos EUA e queda em pedidos de auxílio-desemprego, reduziram a pressão sobre as curvas de juros brasileiras.

No entanto, as taxas prefixadas do Tesouro IPCA+ continuaram a subir, com títulos para 2029 oferecendo 7,83%. Esse tipo de título é um protegido contra a inflação, e taxas altas indicam maior prêmio de risco.

Técnicos do Tesouro apontam que a incerteza causada pela guerra comercial dos EUA é uma preocupação maior no momento, elevando a volatilidade e custos da dívida pública. Ajustes nas vendas de títulos poderão ser feitos conforme o cenário e expectativas futuros.

O Tesouro continua a planejar ofertas considerando vários cenários, ajustando quantidades conforme a saúde do mercado.