Juros futuros sobem com pressão externa e tarifa dos EUA ao Brasil
Os juros futuros no Brasil apresentaram alta influenciados pelo desempenho do PIB americano e pela cautela do Federal Reserve. Economistas preveem que o Banco Central pode seguir uma estratégia semelhante, mas alertam para os riscos de uma postura retaliatória do Brasil.
Juros futuros sobem na quarta-feira, seguindo o movimento dos Treasuries americanos após um forte PIB nos EUA no segundo trimestre e a postura conservadora de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, após a decisão de juros.
A tarifa de 50% sobre exportações do Brasil e sanções ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, impactaram o mercado de juros.
- Taxa do DI para janeiro de 2026: de 14,91% para 14,915%
- DI de janeiro de 2027: de 14,15% para 14,225%
- DI de janeiro de 2029: de 13,365% para 13,415%
- DI de janeiro de 2031: de 13,61% para 13,64%
Nos EUA, T-note de dez anos subiu de 4,326% para 4,378% e o T-bond de 30 anos de 4,860% para 4,905%.
Cerca de alívio nos juros foi observado por um tempo, mas desfez-se rapidamente com o foco nas declarações de Powell. A alta de 3% do PIB americano superou as expectativas do mercado.
Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, acredita que o Copom seguirá a linha do Fed, mas deve dar uma sinalização clara em um ambiente de incertezas.
O cenário-base indica cortes na Selic para 14,50% até o fim de 2025. Tavares ressalta que tarifas americanas podem ter efeito desinflacionário, ajudando o Brasil a cortar juros, mas não além de 14,50% devido à inflação ainda elevada.
A deterioração do cenário econômico pode ocorrer se o Brasil retaliar os EUA, ocasionando tensões comerciais.