Juros futuros sobem com movimento de correção e IPCA-15
Juros futuros registram alta após duas quedas consecutivas, com investidores realizando lucros. O IPCA-15 de abril trouxe preocupações sobre a inflação e a possibilidade de cortes nas taxas de juros pelo Banco Central.
Juros futuros encerram o pregão desta sexta-feira em alta, após duas quedas fortes na semana.
As taxas chegaram aos menores patamares desde novembro nos vértices intermediários da curva a termo. A realização de lucros e a resposta ao IPCA-15 de abril impactaram o mercado, ainda que a inflação tenha desacelerado em relação a março.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) foram:
- 2026: de 14,57% para 14,63%
- 2027: de 13,80% para 13,885%
- 2029: de 13,555% para 13,59%
- 2031: de 13,885% para 13,90%
Nos EUA, as taxas dos Treasuries caíram, mas não deram suporte ao mercado brasileiro. O rendimento do título de dez anos encerrou em 4,240%.
A pressão sobre os juros futuros ocorreu principalmente em prazos curtos, devido ao IPCA-15. Contudo, as taxas aumentaram em prazos mais longos. A análise indica que a trajetória do Banco Central (BC) pode ser menos conservadora, apesar dos desafios na inflação.
O IPCA-15 trouxe dificuldades para a expectativa de juros menores. A alta de 0,43% em abril, embora menor que em março, superou as expectativas. Luis Otávio Leal, da G5 Partners, destaca que a inflação de abril é superior à do mesmo mês em 2024.
Ivo Chermont, da Quantitas, revisou sua projeção para a Selic, estimando 14,50% ao final do ciclo de aperto monetário, citando incertezas no cenário externo. No mercado de opções, as chances de manutenção ou elevações na Selic são de 5,4% e 32%, respectivamente.