Juros futuros de longo prazo sobem com temor por tarifa dos EUA
Taxas de juros futuros mostram pressão na ponta longa devido a tensões comerciais com os EUA. Economistas projetam cortes na taxa Selic, dependendo das possíveis retaliações do Brasil.
Juros futuros encerraram a sexta-feira (25) com a ponta longa pressionada, refletindo a disputa comercial entre Brasil e Estados Unidos.
As taxas de curto prazo mostraram estabilidade, enquanto as longas subiram moderadamente. Isso se deve a notícias sobre uma nova tarifa de 50% imposta pelos EUA às exportações brasileiras.
Taxas dos contratos DI foram as seguintes:
- DI janeiro 2026: de 14,94% para 14,93%
- DI janeiro 2027: estável a 14,23%
- DI janeiro 2029: de 13,52% para 13,555%
- DI janeiro 2031: de 13,785% para 13,82%
A curva de juros continua inclinada desde o anúncio da tarifa. O desempenho do real se deteriorou, com desvalorização em relação ao dólar, pressionando ainda mais a curva de juros.
Economistas não veem grande impacto macroeconômico das tarifas, mas alertam que uma retaliação do Brasil poderia gerar um choque de até 0,4 ponto percentual no IPCA, segundo Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval.
O cenário-base do banco prevê:
- Cortes de 0,25 ponto percentual nas primeiras reuniões do Copom em 2026;
- Redução de 0,5 ponto por reunião até chegar à taxa de 11,25% no final de 2026.
O economista considera que o Brasil está em um momento de inflexão do ciclo, com sinais de desaceleração na atividade econômica e inflação.
No campo inflacionário, o IPCA-15 de julho subiu 0,33%, superando a expectativa do mercado, mas com boas notícias nas composições de dados.
As economistas Andrea Angelo e Julia Galli, da Warren Investimentos, mantiveram projeções de IPCA de 4,9% ao final de 2025 e 4,5% em 2026.