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Juros futuros caem com mercado atento ao noticiário sobre pacote fiscal

Taxas dos DIs apresentam segunda queda consecutiva, influenciadas pelo recuo nos Treasuries e medidas fiscais do governo. Cautela predomina entre investidores, que aguardam mais clareza sobre as propostas de reforma tributária e o próximo encontro do Copom.

Taxas dos DIs fecham em baixa nesta segunda-feira, desta vez influenciadas pela queda dos rendimentos dos Treasuries no exterior e medidas do governo Lula para conter contas públicas.

As taxas já haviam caído na sexta-feira, refletindo expectativas do mercado sobre ações fiscais. No final do dia, a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 14,865%, contra 14,918% da sessão anterior. Em janeiro de 2027, a taxa caiu para 14,23% e, em janeiro de 2031, para 13,81%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um acordo com líderes do Congresso para “recalibrar” o decreto que aumentou o IOF no mês passado. As novas medidas incluem:

  • 5% de IR sobre títulos atualmente isentos, como LCI, LCA, CRI, e CRA.
  • Reajuste da taxa de empresas de aposta de 12% para 18%.
  • Alíquota unificada de 17,5% de IR sobre rendimentos financeiros.

A falta de detalhes gerou cautela entre investidores. O dólar apresentou volatilidade, subindo para R$5,60 e depois cedendo.

Analistas destacam o ceticismo do mercado sobre mudanças no IR e a pressão de alta nas taxas devido à falta de clareza no IOF.

O estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, citou o recuo dos Treasuries como factor que contribuiu para a baixa das taxas futuras no Brasil, além de um movimento de realização de lucros.

Enquanto isso, os investidores se preparam para o próximo encontro do Copom, agendado para 17 e 18 de junho, com expectativa de decisões sobre a Selic. Na sexta-feira, as chances de alta da taxa básica eram de 69%.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou a necessidade de “flexibilidade e cautela”, diante da elevada incerteza econômica.

Por fim, o relatório Focus manteve a Selic em 14,75% para o final do ano, enquanto a inflação projetada foi ajustada de 5,46% para 5,44%.

No exterior, o rendimento do Treasury de dez anos caiu para 4,488%.

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