Juro alto esfria mercado de imóveis comerciais

Alta das taxas de juros tem esfriado investimentos em imóveis comerciais no Brasil no primeiro semestre de 2025, com um total de R$ 10,3 bilhões em transações, representando uma queda de 20% em relação a 2024.

Foram 46 transações este ano, contra 68 no ano anterior, segundo a consultoria Cushman & Wakefield.

Marcel Bordeaux, diretor da consultoria, destacou que a atual taxa de juros não é favorável para investimentos imobiliários, resultando em negociações mais conservadoras, focadas em **propriedades em localizações privilegiadas**.

O maior negócio de 2025 foi a venda da metade da participação da Brookfield em shoppings por R$ 2,58 bilhões. A segunda maior venda ocorreu com quatro galpões comercializados por R$ 1,1 bilhão.

Apesar da queda nas transações, Bordeaux observa que o mercado de imóveis comerciais permanece forte, com otimismo em áreas como galpões logísticos devido à demanda de comércio eletrônico. O setor de shoppings tem mostrado vendas saudáveis, enquanto o mercado de escritórios começa a se recuperar.

O futuro é incerto devido aos juros altos e à proximidade das eleições, que podem dificultar novos investimentos. A queda da Selic e a definição do quadro eleitoral são vistas como fatores essenciais para um possível reaquecimento do setor.

Os sócios da construtora Libercon indicaram que o conservadorismo predomina, com foco em imóveis de alta demanda e bem localizados, enquanto ativos em áreas secundárias aguardam.

Os desafios incluem a dificuldade dos fundos imobiliários de captar recursos e a ameaça de tarifas de exportação que podem impactar o setor da construção, conforme expressou Renato Correia, presidente da CBIC. A incerteza sobre o impacto dessas tarifas na economia local é uma preocupação relevante.