Julgamento de Bolsonaro no STF: o que há contra cada réu na ação do golpe e o que dizem as defesas
Interrogatórios começam com foco em Jair Bolsonaro e aliados, acusados de planejar tentativa de golpe de Estado. Investigação destaca a utilização indevida de órgãos públicos para desestabilizar o sistema eleitoral após as eleições de 2022.
STF inicia interrogatórios dos réus do “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado pós-eleições de 2022.
Dos 31 réus, oito pertencem a este grupo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados de sua gestão. Entre os acusados estão:
- Walter Braga Netto
- Augusto Heleno
- Alexandre Ramagem
- Anderson Torres
- Almir Garnier
- Paulo Sérgio Nogueira
- Mauro Cid
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que houve planejamento para o golpe um ano antes das eleições, com uso indevido de órgãos públicos para desestabilizar o sistema eleitoral.
Bolsonaro é acusado de “planejar, dirigir e executar” ações para o golpe, incluindo um decreto para romper a ordem institucional. Apesar de recuar após resistências, a PF apontou a participação de Paulo Sérgio Nogueira na elaboração do decreto.
A defesa de Bolsonaro afirma não haver nexo causal nas provas e que houve cerceamento do direito de defesa. A defesa de Nogueira nega acusações, sustentando que ele desestimulou Bolsonaro, e a defesa de Garnier também refuta participação no golpe.
A primeira etapa do plano de golpe, conforme a PGR, foi levantar informações infundadas sobre o sistema eleitoral. Alexandre Ramagem é acusado de liderar a produção de uma narrativa contra as urnas eletrônicas.
Anderson Torres, no cargo de ministro da Justiça, é acusado de paralisar o trânsito de eleitores. Sua defesa contesta as acusações e questiona a competência do STF.
Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro, foi implicado em um plano de assassinatos de autoridades. A defesa nega envolvimento, alegando que Mauro Cid mentiu em sua delação.
Mauro Cid será o primeiro interrogado, acusado de ser um dos principais articuladores do golpe. Sua defesa pede absolvição, destacando seu papel como testemunha e delator.