Juíza bloqueia R$ 2,8 bilhões de alvos da AGU por suspeita de descontos ilegais de aposentados
Justiça Federal bloqueia R$ 2,8 bilhões de bens de investigados em fraudes ao INSS. A medida visa ressarcir aposentados e pensionistas lesados por descontos ilegais em seus benefícios.
A Justiça Federal bloqueou R$ 2,8 bilhões em bens e ativos financeiros de associações, empresas e pessoas físicas investigadas na Operação Sem Desconto, por suspeitas de fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS.
A juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura autorizou também a quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados, referente ao período de janvier de 2019 a março de 2025.
O bloqueio atende a pedidos da Advocacia-Geral da União (AGU) em 15 ações cautelares, com o objetivo de ressarcir as vítimas de descontos ilegais em benefícios.
As decisões impactam 12 entidades associativas, seis consultorias, dois escritórios de advocacia e três empresas, além de sócios e dirigentes relacionados.
A ação foi ajuizada em 8 de maio, buscando o bloqueio de R$ 2,56 bilhões, com alegações de que as entidades são empresas de fachada usadas para fraudes.
Após solicitação da Controladoria-Geral da União, mais seis empresas e oito pessoas físicas foram incluídas nas investigações, acusadas de intermediar o pagamento de propinas.
A juíza desmembrou o processo original em 15 partes, limitando a cinco réus por ação. Em 3 de outubro, já havia determinado o bloqueio de R$ 119 milhões em cinco ações anteriores.
Confira a lista de algumas entidades e pessoas físicas com bens bloqueados:
- Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB): R$ 191,2 milhões
- Universo Associação dos Aposentados: R$ 255,7 milhões
- Associação de Aposentados Mutualista: R$ 512,9 milhões
- Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca: R$ 513,1 milhões
- Associação dos Aposentados Nacional: R$ 281,2 milhões
- Outras associações e empresas: diversos valores totalizando R$ 2,8 bilhões
Defesas: O Estadão busca contato com as defesas das entidades afetadas. O espaço está aberto para manifestações.