Juíza autoriza Trump deportar manifestante pró-Palestina dos EUA
A decisão marca um precedente na aplicação de uma lei de imigração pouco utilizada e ocorre em meio a crescente tensão política e social. A defesa de Khalil planeja recorrer da sentença para evitar sua deportação.
Uma juíza de imigração dos EUA autorizou a deportação de Mahmoud Khalil, um estudante pró-palestina de 30 anos, nesta sexta-feira, 11 de abril de 2025.
Khalil vive legalmente no país, possui green card e é casado com uma cidadã norte-americana. Ele ganhou notoriedade por participar de protestos na Universidade Columbia contra a guerra na Faixa de Gaza.
O governo do ex-presidente Donald Trump o acusou de ser uma ameaça à segurança nacional. A juíza Jamee Comans, da Louisiana, concordou com essa avaliação, afirmando que Khalil age contra os interesses dos EUA.
Esta decisão utiliza um artigo pouco aplicado da lei de imigração norte-americana, acionado pelo secretário de Estado Marco Rubio. A seção 237(a)(4)(C) permite a deportação de pessoas com visto ou green card cujo comportamento pode prejudicar a política externa dos EUA.
Khalil não será deportado imediatamente, mas poderá ser enviado à Síria ou à Argélia se seus advogados não recorrerem até 23 de abril. Se a ordem for emitida, a defesa planeja contestar.
Khalil foi um dos líderes do acampamento “Solidariedade a Gaza” na Universidade Columbia e está entre os primeiros estudantes presos durante a repressão federal a protestos contra a guerra entre Israel e Hamas.