Jovem brasileiro deixa a esquerda ao ficar mais velho, diz pesquisa
Estudo revela que à medida que envelhecem, jovens brasileiros tendem a se afastar da esquerda política e buscar posições mais centristas ou céticas. A pesquisa destaca uma mudança de interesses em temas como política, trabalho e saúde mental conforme os jovens avançam na vida.
Análise revela mudança nas preferências políticas dos jovens brasileiros
Uma pesquisa de meio milhão de publicações em redes sociais, realizada com jovens de 16 a 30 anos ao longo de 12 meses, mostra que os brasileiros tendem a deixar a esquerda com o avançar da idade.
Na faixa de 16 a 18 anos, 44,5% se identificam com a esquerda. Entre os de 19 a 24 anos, esse percentual é de 33,7%, enquanto entre os de 25 a 30 anos, cai para 18,9%.
A direita mantém números semelhantes nas duas faixas etárias, com 21,8% e 17,6%, respectivamente. O centro cresce de 17,6% para 27,4% e a postura cética aumenta de 19,5% para 25,2%.
O levantamento, intitulado “O que pensam os jovens brasileiros”, encomendado pela FAP à consultoria AP Exata, analisa temas coletivos e diferenças regionais.
Marcelo Aguiar, diretor da FAP, afirma que a pesquisa representa uma “fotografia” do cenário atual, destacando que a mudança não é exclusiva do Brasil, mas um “reflexo histórico” mundial.
Outros pontos importantes incluem:
- A política é mais relevante para jovens de 25 a 30 anos (24,6%); temas como futuro e estudos são mais discutidos por adolescentes (32,5%).
- A pesquisa foi baseada em 500.000 postagens nas redes sociais, incluindo X, YouTube, Threads, Instagram e Facebook.
- A direita tem dominado o espaço digital, mas a esquerda está reagindo com campanhas digitais.
Aguiar ressalta que a queda na adesão à esquerda pode estar ligada à “perda de utopias” e identidade, mas não significa seu fim, e sim um momento de “reestruturação”.
A FAP, fundada em 2000, é o braço de estudos do partido Cidadania.