JBS muda sede para Holanda e concentra poder nos Batista com dupla listagem

Discussão sobre reestruturação da JBS esquenta no mercado global, embora esteja pacificada no Brasil.

A família Batista propôs uma reestruturação para a JBS, visando uma dupla listagem na NYSE, o que promete ganhos financeiros para acionistas. Os minoritários votarão na proposta nesta sexta-feira (23).

• Novas empresas serão criadas: JBS NV na Holanda e LuxCo em Luxemburgo, além da Brazil HoldCo no Brasil.
• Alterações na governança aumentam o poder de voto dos controladores Batista de metade para 83-85%.
• Ações ordinárias da JBS S.A. deixarão de ser listadas na B3.

Minoritários poderão converter suas ações até 31 de dezembro de 2026, mas a maioria deverá optar pela Classe A.

Especialistas elogiam a proposta, destacando que é um modelo similar ao de outras companhias globais e evita problemas tributários com o Brasil. Contudo, consultorias como ISS e Glass Lewis recomendaram a rejeição da reestruturação por reduzir o poder de voto dos minoritários, perpetuando o controle da família Batista.

O fundo Capital Management, um minoritário da JBS, contestou as recomendações das consultorias, pedindo investigação sobre a influência de fatores ideológicos e defendendo os benefícios da listagem.

Críticas à operação incluem preocupações com a transparência, corrupção passada e o histórico dos controladores. No entanto, analistas como Álvaro Bandeira e Guilherme Palhares sustentam confiança na gestão atual da JBS, com expectativa positiva em relação ao valor das ações.

Desde a confirmação da dupla listagem, a ação da JBS valorizou 28,5%, evidenciando ganhos financeiros esperados. O apoio do BNDES reforça a viabilidade da operação, que busca maximizar o retorno para investidores.