Japão conseguiu 15% devido a mecanismo financeiro ‘inovador’, diz Bessent: ‘UE ainda não inovou’
Secretário do Tesouro destaca a importância de acordos inovadores e diferenciais nas negociações comerciais com Japão e China. Ele ressalta a necessidade de sustentabilidade na economia chinesa e o avanço nas discussões tarifárias.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, revelou que o recente acordo com o Japão e a redução de tarifas recíprocas foram possibilitados por um “mecanismo inovador de financiamento” proposto pelo Japão.
Em entrevista à Bloomberg TV, Bessent destacou que este sistema envolverá a provisão de ativos e fundos, visando proporcionar capital para indústrias específicas e eliminar riscos nas cadeias de oferta.
Bessent observou que o Japão obteve tarifas de 15% devido a esse mecanismo, ao contrário da União Europeia, que não apresentou inovações nas negociações.
Apesar disso, as negociações com a UE estão progredindo, embora tenham desafiado o consenso de seus 27 países membros. As ameaças de retaliação foram consideradas táticas de negociação.
Na terça-feira, Donald Trump anunciou um acordo comercial com o Japão, reduzindo a alíquota de 25% para 15% e prevendo um investimento de US$ 550 bilhões no país.
O acordo incluirá uma joint venture no Alasca para produção de Gás Natural Liquefeito (GNL). O negociador japonês, Ryosei Akazawa, expressou satisfação com os resultados.
Bessent também abordou a situação das negociações com a China, sugerindo um potencial para um “grande reequilíbrio” na relação comercial, com prazo para acordo podendo se estender em 90 dias.
Ele destacou a necessidade de a China reestruturar sua economia para ser mais consumidora. Bessent mencionou planos de restabelecer acordos de compras, referindo-se a promessas cumpridas em seu primeiro mandato.
Embora tenha sido questionado sobre uma visita de Trump a Xi Jinping, Bessent informou não ter detalhes sobre a agenda, exceto que eles possuem uma “relação fantástica”.
O secretário desconsiderou a ideia de um desacoplamento total da economia chinesa, mas enfatizou a intenção de minimizar riscos nas cadeias de oferta. Ele também pretende tratar de questões como saídas de banqueiros americanos na China e compras de petróleo da Rússia e Irã.