Itamaraty reclama de tarifaço na OMC: 'Tarifas arbitrárias anunciadas de forma caótica'; veja íntegra
Em discurso na OMC, Brasil critica tarifas dos EUA como arbitrárias e caóticas. O governo se mantém aberto à negociação, mas promete reagir se as medidas não forem revertidas.
Embaixador Philip Gough, do Itamaraty, condenou tarifas "arbitrárias" e "caóticas" na OMC.
Apesar da crítica, não mencionou Donald Trump diretamente.
Apenas nove dias antes da implementação do "tarifaço" de 50% proposto pelos EUA, o governo brasileiro afirma que continuará nas negociações.
Em 9 de julho, Trump anunciou a taxação que começará em 1º de agosto.
O presidente Lula considera uma intervenção na OMC e a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica, com tarifas semelhantes, se as negociações não forem eficazes.
O governo vê essas ações como uma tentativa de intervir na soberania nacional.
No discurso, Gough alertou que essas tarifas "interrompem cadeias de valor globais" e podem provocar uma espiral de preços altos e estagnação na economia mundial.
Ele afirmou que sanções unilaterais violam os princípios fundamentais da OMC, essenciais para o comércio internacional.
Além disso, mencionou que há uma perigosa mudança no uso de tarifas para interferir em assuntos internos de outros países.
Gough reafirmou a prioridade em soluções negociadas e boas relações diplomáticas, mas deixou claro que, se necessário, o Brasil recorrerá a todos os meios legais para proteger sua economia, incluindo o sistema de solução de controvérsias da OMC.