Itamaraty afasta servidor que sugeriu ‘descer o cacete em indígenas’ no gramado do Congresso
Servidor do Itamaraty é afastado após sugerir uso de violência contra indígenas. O caso foi encaminhado à corregedoria da pasta e o MPF instaurou investigação sobre a agressão policial durante a manifestação.
Itamaraty afastou servidor que sugeriu ações violentas contra indígenas em reunião. O funcionário, identificado como Aldegundes Batista Miranda, é motorista oficial da pasta.
A reunião, ocorrida no dia 10, tratou da contenção de indígenas que se manifestavam em frente ao Congresso Nacional. O Itamaraty lamentou a situação e afirmou que Aldegundes não estava autorizado a fazer comentários daquele tipo.
Na gravação da reunião, Aldegundes afirmou: “Deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça”. A fala foi denunciada por um defensor dos indígenas presente no local.
Cerca de mil indígenas invadiram o gramado do Congresso, derrubando gradis, mas a Polícia do Senado conseguiu controlar a situação sem grandes incidentes. A Articulação Nacional dos Povos Indígenas criticou a ação da polícia como uma forma de “violência institucional”.
A deputada federal Célia Xakriabá foi atingida por gás de pimenta e protestou em vídeo, afirmando ser parlamentar no momento da agressão.
O Ministério Público Federal abriu investigação sobre a violência policial contra os indígenas e solicitou a identificação de Aldegundes, além de gravações da reunião da secretaria.
O salário bruto de Aldegundes é de R$ 6.284,66, com gratificações mensais. Ele foi nomeado em maio de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro.