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Itália decide se corta pela metade tempo de espera para cidadania a imigrantes

Referendo na Itália pode reduzir prazo para obtenção de cidadania por estrangeiros de dez para cinco anos. Especialistas avaliam que os resultados indicarão a disposição da população para discutir reformas na legislação atual.

Debate sobre a Lei da Cidadania na Itália está em evidência novamente com um referendo programado para o próximo sábado (8) e domingo (9).

Os eleitores serão questionados se o prazo para que estrangeiros possam solicitar a cidadania, atualmente de dez anos, deve ser reduzido para cinco anos.

Os requisitos para o pedido, como comprovação de renda e conhecimento da língua italiana, permanecem inalterados.

A Itália, com o prazo mais rigoroso entre os grandes países europeus, se compara a Alemanha, França e Reino Unido, que exigem apenas cinco anos de residência.

O especialista Ennio Codini critica a antiquada abordagem da lei e destaca a necessidade de reformas, especialmente diante da questão da cidadania para filhos de estrangeiros.

A proposta de referendo surgiu após tensões envolvendo a jogadora de vôlei Paola Egonu, que enfrentou racismo apesar de ser italiana de nascimento.

Defensores do referendo acreditam que a mudança beneficiaria mais jovens, facilitando o acesso a direitos como votar e concorrer a vagas no serviço público.

A Itália abriga 5,4 milhões de estrangeiros regularizados (9,2% da população) e concedeu mais de 200 mil cidadanias anuais nos últimos anos.

A proposta de referendo, apoiada por diversos partidos, precisou de 500 mil assinaturas para ser autorizada, e obteve 637 mil.

Recentemente, partidos da coalizão governamental sugeriram que eleitores se abstivessem de votar, colocando em risco o quórum necessário para validar o referendo, que deve ser superior a 50%.

A primeira-ministra Giorgia Meloni se opõe à mudança, considerando a atual lei adequada.

Cidadãos italianos no Brasil, cerca de 874 mil, puderam votar por correspondência até 5 de junho.

Além da cidadania, o referendo inclui pontos sobre questões trabalhistas, como reintegração e indenização para demissões sem justificativa.

Os resultados do referendo servirão como um indicativo do interesse do eleitorado. Um baixo percentual de 15% a 20% pode sinalizar desinteresse, enquanto 30% a 40% poderia reenergizar discussões legislativas.

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