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Israel x Irã: os efeitos sobre preços e oferta de mercado e política da Petrobras

Conflito entre Israel e Irã levanta tensões no mercado de petróleo, com potenciais impactos diretos nos preços globais. Especialistas indicam que a situação poderia afetar especialmente o Brasil e a América Latina através de pressões inflacionárias nos derivados.

Conflito entre Israel e Irã pode afetar mercado global de petróleo

A recente escalada do conflito entre Israel e Irã traz riscos significativos para o mercado global de petróleo, repercutindo no Brasil e na América Latina.

No último fim de semana, Israel atacou refinarias em Teerã. O Irã, sendo o quarto maior produtor de óleo e gás do mundo, produz cerca de 3,2 milhões de barris por dia, com quase 2 milhões destinados à exportação.

Segundo Raphael Faucz, vice-presidente da Rystad Energy, a situação atual aumenta a pressão sobre os preços do petróleo, dependendo da intensidade do conflito. Ele observa que o mercado reage com seletividade em relação aos conflitos no Oriente Médio, porém a inclusão do Irã na disputa muda essa percepção de risco.

O foco principal de preocupação é o terminal de Kharg, responsável por mais de 90% das exportações iranianas, que podem ser afetadas. Além disso, o Estreito de Ormuz, vital para o transporte de 30% do comércio marítimo global de petróleo, enfrenta riscos significativos.

Embora existam rotas alternativas, elas não cobrem a demanda, deixando o mercado sensível a interrupções. Faucz enfatiza que uma disrupção prolongada no estreito não é do interesse do Irã, pois afetaria economicamente Teerã.

A Rystad Energy prevê volatilidade elevada nos preços do barril, com riscos de altas bruscas. O relatório da Wood Mackenzie indica que o preço do Brent subiu de US$ 68-69 para US$ 75, com um aumento na percepção de risco de resposta iraniana aos ataques.

No contexto americano, a produção de shale pode não responder rapidamente a novos preços altos, dado que as empresas priorizam disciplina financeira. No entanto, qualquer continuidade do conflito pode manter o prêmio de risco embutido na curva de preços.

No Brasil, apesar de não haver dependência direta do petróleo iraniano, o conflito pressiona os preços internos dos combustíveis e reacende discussões sobre a política de precificação da Petrobras.

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