Israel reduz restrições à entrada de comida em partes de Gaza sob expectativa da população: 'Não é suficiente'
Israel estabelece pausa de 10 horas em operações militares para facilitar ajuda humanitária em Gaza. Apesar dos esforços, organizações alertam que a crise de fome entre civis palestinos persiste e requer medidas mais eficazes.
Israel anunciou uma pausa diária de 10 horas em suas operações militares na Faixa de Gaza, visando fins humanitários, em resposta a alertas de agências internacionais sobre o risco de fome entre civis palestinos.
As forças israelenses negaram acusações de provocar fome intencionalmente e começaram a facilitar a entrada de ajuda, mas especialistas afirmam que os esforços são insuficientes.
Rasha Al-Sheikh Khalil, mãe de quatro filhos, expressou esperança com a pausa, mas preocupa-se com a continuação da fome após ela. "Precisamos de uma solução real, um fim para esse pesadelo", disse ela.
No sábado (27/7), aviões da Jordânia e dos Emirados Árabes lançaram 25 toneladas de suprimentos sobre Gaza, em um total de 127 lançamentos jordanianos desde o início do conflito. No entanto, especialistas alertam que a ajuda aérea é limitada, necessitando de cerca de 160 missões para atender os 2 milhões de habitantes de Gaza.
A comunidade internacional pressiona Israel por medidas mais eficazes para garantir o acesso à comida e itens básicos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “não haverá mais desculpas” sobre as rotas de entrada de ajuda.
O Ministério da Saúde de Gaza confirmou 113 mortes por desnutrição, com a ONU alertando que a fome "bate à porta" de todos em Gaza. Desde o início de um novo método de ajuda, 1.054 palestinos foram mortos em busca de alimentos.
Aseel Horabi, médica em Gaza, declarou a situação como de fome extrema: "Não estamos à beira da fome, estamos passando por ela.” Muitos enfrentam riscos ao buscar ajuda, e os hospitais enfrentam alta demanda de feridos.