Israel lança ofensiva contra Deir al-Balah, em Gaza, pela primeira vez desde início da guerra
Nova ofensiva israelense compromete esforços humanitários em Deir al-Balah. A ONU alerta sobre os riscos fatais à infraestrutura vital da região, que abriga civis deslocados e serviços essenciais.
Israel lançou uma nova ofensiva aérea e terrestre nesta segunda-feira, 21, contra Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, atingindo um dos últimos centros de esforços humanitários ainda operacionais.
A região não havia sido alvo de uma grande operação israelense desde outubro de 2023, fazendo com que a população buscasse abrigo e agências humanitárias transferissem operações importantes para lá.
O Estado israelense admitiu que a cidade ainda não havia sido fortemente atacada devido à suspeita de que reféns estivessem sendo mantidos ali pelo Hamas. Atualmente, acredita-se que 20 dos 50 reféns ainda estejam vivos.
A ordem de evacuação emitida por Israel no domingo causou alarme e forçou entre 50 mil a 80 mil pessoas a deixar suas tendas improvisadas, compactando 2,1 milhões de civis em apenas 12% do território da Gaza sob deslocamento forçado ou militarização.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) afirmou que 87,8% da área está sob controle militar israelense, limitando a atuação das suas equipes na região.
A cidade abriga depósitos de alimentos, clínicas e uma planta de dessalinização vital. A ONU alertou que danos a essa infraestrutura terão consequências fatais. O chefe local do OCHA decidiu permanecer em Deir al-Balah apesar dos ataques.
Milhares de moradores fugiram para al-Mawasi, aumentando o temor de que essa ofensiva militar possa isolar Deir al-Balah do restante da região central de Gaza.
Se confirmada, essa seria a terceira rota militar após os corredores de Netzarim e Morag.