Israel atribui morte de 15 paramédicos em Gaza a 'mal-entendido operacional' e afasta subcomandante
Investigação do Exército de Israel revela falhas que levaram à morte de 15 paramédicos em Gaza, após um ataque a um comboio humanitário. Apesar das conclusões, a identificação das vítimas como membros do Hamas é contestada por falta de evidências.
Exército de Israel admitiu que um "mal-entendido operacional" e o "descumprimento de ordens" resultaram na morte de 15 paramédicos em Gaza, em março.
Uma investigação das Forças de Defesa de Israel (FDI) revelou falhas significativas. O subcomandante da unidade foi afastado por um relatório incompleto e impreciso.
No incidente, em 23 de março, 14 profissionais de emergência e um funcionário da ONU foram mortos após um comboio da organização Crescente Vermelho ser atacado. As FDI alegaram que dispararam acreditando estar sob ameaça.
A investigação concluiu que seis das vítimas seriam do Hamas, mas não apresentou provas de vínculo. O relatório descreveu a área como uma "zona de combate hostil", considerando que a baixa visibilidade e a aproximação rápida dos veículos contribuíram para o erro.
Imagens mostraram os veículos parados antes dos tiros, claramente marcados como ambulâncias. Os corpos só foram encontrados uma semana depois, pois não havia passagem segura para as agências internacionais.
A FDI também confirmou a prisão de um médico do Crescente Vermelho Palestino, identificado como Assad al-Nassasra. Organizações pedem uma investigação independente.
Estes eventos ocorrem em um contexto de intensos conflitos em Gaza, com Israel retomando sua ofensiva militar em 18 de março, após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou em centenas de mortes e sequestros.
Desde então, ao menos 51.201 pessoas morreram em Gaza, conforme o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.