Israel ataca sul da Síria após minorias étnicas entrarem em conflito e governo sírio enviar tropas
Israel intensifica bombardeios em Sweida em resposta ao envio de tropas sírias à região. Violência entre drusos e militares sírios continua, apesar de anúncio de cessar-fogo pelo governo interino.
Aviões israelenses bombardearam a cidade síria de Sweida, no sul do país, em uma ofensiva militar no dia 15 de outubro, contra tropas do governo sírio, que se deslocaram para a região após conflitos entre drusos e beduínos.
As forças sírias, comandadas pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), foram enviadas à cidade sob a justificativa de restaurar a estabilidade, após confrontos que deixaram cerca de 100 mortos.
A chegada das tropas gerou novos conflitos entre militares e milícias drusas, com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos reportando 21 mortes entre os civis, incluindo 12 homens em uma casa de repouso.
Israel reagiu bombardeando comboios militares, alegando que visava proteger os drusos e garantir a desmilitarização da fronteira. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, afirmaram que estão atuando para impedir que o regime sírio prejudique os drusos.
O Ministério das Relações Exteriores da Síria condenou os ataques como “agressão contínua”, garantindo que o Estado irá proteger os drusos, que fazem parte da identidade nacional síria.
Embora o governo sírio tenha anunciado um cessar-fogo, os combates persistem, com relatos de ataques a civis. Líderes religiosos drusos pediram que as facções armadas entreguem as armas, mas um líder acusou o governo de quebrar o acordo.
O presidente interino sírio, Ahmad al-Sharaa, ordenou investigações sobre abusos cometidos por qualquer membro do governo. A situação ilustra os desafios do governo interino desde a queda de Assad, com a HTS mantendo controle frágil na região sul.
Israel tem adotado uma postura agressiva em relação aos novos líderes sírios, bombardeando alvos militares e avançando em áreas patrulhadas pela ONU para impedir o HTS de se aproximar da fronteira.