Israel abre fogo perto de centro de ajuda pela 3ª vez em Gaza; Cruz Vermelha fala em 27 mortos
Confrontos em Gaza resultam em mais mortes enquanto nova distribuição de alimentos enfrenta críticas. A ONU e entidades de ajuda alertam para o caos e a crescente insegurança alimentar na região.
Israel atira em Rafah - Neste dia 3 de outubro, forças israelenses abriram fogo próximo a um ponto de distribuição de ajuda humanitária em Rafah, causando a morte de 27 palestinos, segundo a Cruz Vermelha. Tel Aviv afirma que fez tiros de advertência.
No domingo (1º), 31 palestinos já haviam sido reportados mortos por disparos da mesma fonte. Na segunda (2), mais três mortes e dezenas de feridos foram registradas.
O incidente ocorreu a cerca de 500 metros do local de distribuição, que está em meio a um sistema de ajuda considerado problemático por muitas entidades. A nova Fundação Humanitária de Gaza (GHF) começou a operar com apenas quatro pontos de distribuição, em contraste com os 400 anteriores da ONU.
A ONU não participa do novo esforço e critica a GHF por tentar verificar laços com o Hamas, o que fere princípios de neutralidade e imparcialidade. Além disso, o novo sistema expõe civis ao perigo, obrigando-os a caminhar longas distâncias em áreas arriscadas.
O Exército israelense alegou que disparou contra “suspeitos” que se desviaram da rota de distribuição. As críticas internacionais aumentam, com países como Reino Unido, França e Canadá chamando as ações de Israel de “desproporcionais”.
A situação humanitária em Gaza é crítica, com 100% de sua população em risco de insegurança alimentar, segundo a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar.
A fundação defende que o novo sistema é necessário para evitar o desvio de recursos pelo Hamas. Porém, grupos de ajuda e a ONU discordam, afirmando que não há evidências de que isso ocorreu.
Recentemente, multidões têm se aglomerado em busca de alimentos, resultando em distribuição caótica e relatos de dramáticas cenas de feridos levados aos hospitais em condições críticas.
Claire Manera, da Médicos Sem Fronteiras, afirmou que o novo sistema é “desumanizador e ineficaz” e resultou em mortes desnecessárias.