Irã se reunirá com China e Rússia para discutir programa nuclear
Encontro visa avaliar o estado das negociações nucleares e o impacto das possíveis sanções da ONU. Teerã busca apoio de aliados diante da pressão do E3 e dos recentes ataques de Israel.
Irã, Rússia e China se reunirão nesta terça-feira (22) para discutir o programa nuclear de Teerã e o risco de sanções serem restabelecidas sob o mecanismo de “snapback” da ONU, conforme informou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baghaei.
A Grã-Bretanha, França e Alemanha (E3) alertaram que podem usar o mecanismo para restabelecer sanções contra o Irã se não houver progresso nas negociações nucleares até o final de agosto.
Baghaei afirmou que não há planos para retomar as negociações com os Estados Unidos, após cinco rodadas de conversas indiretas antes dos ataques de Israel ao Irã no mês passado.
Os vice-ministros das Relações Exteriores do Irã se encontrarão com os países do E3 e diplomatas da União Europeia na sexta-feira em Istambul. Teerã buscará respostas sobre a falta de condenação por parte das potências europeias em relação aos ataques.
As potências europeias, junto com China e Rússia, são os signatários restantes do acordo nuclear de 2015, que suspendeu sanções em troca de restrições ao programa nuclear do Irã. Os EUA saíram do pacto em 2018.
A reunião em Teerã terá representantes de diretores-gerais dos ministérios das Relações Exteriores. Baghaei ressaltou que estão em coordenação contínua com esses países para evitar ou mitigar as consequências do mecanismo de snapback, afirmando que o E3 não possui base legal para acioná-lo.
No último domingo, Ali Larijani se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin para discutir o polêmico programa nuclear iraniano.