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Irã deve retomar diálogo nuclear com a Europa sob ameaça de novas sanções

Irã participará de negociações sobre programa nuclear na Turquia com potências europeias. Tensão persiste entre as partes, com acusações mútuas e ameaças de sanções e retaliações.

Irã confirma participação em negociações nucleares com Alemanha, França e Reino Unido (E3) na próxima sexta-feira (25), na Turquia.

O anúncio foi feito pela imprensa estatal iraniana após ofensiva militar de 12 dias dos EUA e Israel. O porta-voz da chancelaria iraniana, Esmail Baghai, afirmou que o encontro foi agendado "em resposta à demanda dos países europeus".

Uma fonte diplomática alemã disse que as potências estão trabalhando "intensamente" para uma solução diplomática duradoura sobre a questão nuclear iraniana.

Apesar disso, o clima permanece tenso. O Irã acusa os europeus de "culpa e negligência" no acordo nuclear de 2015, do qual os EUA se retiraram em 2018. Paris, Londres e Berlim ameaçam acionar o "snapback", que reativa sanções da ONU se não houver progressos.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, contestou a legitimidade dos europeus para reativar sanções, devido ao seu papel nos ataques israelenses e americanos às instalações nucleares iranianas.

Os três países europeus, junto com China e Rússia, são partes do pacto que suspendeu sanções em troca de restrições ao programa nuclear do Irã.

O Irã também ameaçou retaliação econômica, insinuando restrições à segurança no Golfo Pérsico e no estreito de Hormuz. Um deputado iraniano destacou que "a Europa não está em posição de se colocar em perigo".

Na semana passada, Araghchi conversou com seus homólogos europeus, que reiteraram a disposição de acionar o snapback se não houver progressos.

O ministro iraniano negou que a ameaça tivesse base "moral ou jurídica", mas afirmou que o Irã sempre esteve disposto a uma diplomacia real, recíproca e de boa-fé.

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