Ipea estima perda de US$ 1,5 bi em exportação com tarifa de Trump sobre aço
Tarifa de 25% sobre aço e alumínio dos EUA poderá impactar produção brasileira em 700 mil toneladas até 2025. Especialistas apontam a necessidade de negociações para minimizar prejuízos ao setor siderúrgico.
Tarifa de 25% sobre importação de aço e alumínio imposta pelos Estados Unidos tem baixa repercussão na economia brasileira, mas impacto relevante no setor siderúrgico.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a sobretaxa pode provocar:
- Queda de 2,19% na produção local de metais ferrosos;
- Contração de 11,27% das exportações;
- Redução de 1,09% nas importações.
Consequentemente, o Brasil poderia perder US$ 1,5 bilhão em exportações e quase 700 mil toneladas na produção até 2025.
Fernando Ribeiro, do Ipea, enfatiza que os EUA são um mercado crucial para o aço brasileiro, sendo destino de mais da metade das exportações em 2024.
Na economia geral, a tarifa deve causar:
- Queda de apenas 0,01% do PIB;
- Redução de 0,03% das exportações totais;
- Ganho de US$ 390 milhões na balança comercial.
Ribeiro recomenda negociação com o governo americano para evitar prejuízos ao setor. Ele alerta que não há respostas simples e que o Brasil tem a opção de negociar ou retaliar.
As tarifas dos EUA devem impactar levemente seu PIB (-0,02%), mas causar quedas mais significativas em:
- Investimentos (-0,49%);
- Exportações (-0,39%);
- Importações (-0,66%).
O saldo comercial americano pode aumentar em US$ 7,3 bilhões, considerado insignificante diante de um déficit superior a US$ 1 trilhão.
Setores brasileiros, como máquinas, equipamentos, produtos de metal e veículos, também enfrentarão quedas na produção e nas exportações devido ao aumento de custo de produção pelo encarecimento do aço.