IOF traz 'déjà vu' de aversão dos investidores com risco fiscal
Confusão em torno do aumento do IOF provoca desvalorização do real e gera descontentamento entre investidores. O governo tenta equilibrar o orçamento, mas as medidas levantam dúvidas sobre o compromisso com a austeridade fiscal.
Brasil enfrenta "déjà vu" econômico após novo plano fiscal elevar preocupações sobre a austeridade do governo
No último mês, a divulgação de medidas fiscais resultou em uma alta acentuada do dólar, reverteu a valorização do real e levantou dúvidas sobre o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a estabilidade econômica.
O governo anunciou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), levando o real a desvalorizar mais de 1%. Temendo repercussões, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revogou um imposto polêmico sobre investimentos offshore.
Haddad negou intenções de controle de capital e tentou acalmar investidores durante a confusão. A decisão de aumentar o IOF, que pode gerar R$ 18 bilhões este ano, visava corrigir distorções no mercado, mas também era vital para cumprir metas fiscais.
A notícia da congelação de R$ 31 bilhões do orçamento ficou em segundo plano, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, manifestou discordância sobre o aumento do imposto.
A resistência de Lula a cortes estruturais de gastos se torna evidente, com despesas fixas superando o crescimento da receita. Enquanto isso, Haddad é visto como comprometido com a disciplina fiscal, apesar de desafios crescentes por gastos sociais antes das eleições de 2024.
Líderes de setores industriais e financeiros pressionam o Congresso contra o aumento do IOF, e Haddad terá que encontrar R$ 2 bilhões em receitas ou ampliar o contingenciamento orçamentário.
Desafios à frente incluem a questão de como o governo gerenciará políticas populistas que podem desgastar a paciência dos investidores com a proximidade das eleições em 2026.