IOF: para evitar nova crise, Planalto determina que apenas Haddad fale sobre novo pacote fiscal
Haddad se torna o único porta-voz do governo para anunciar as novas medidas fiscais, evitando ruídos na comunicação. O foco é alinhar a mensagem e minimizar crises após repercussões negativas anteriores.
O Palácio do Planalto definiu que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será o único porta-voz do governo sobre o pacote fiscal proposto. A decisão visa evitar crises similares à divulgação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mês passado.
A determinação foi discutida em reuniões no Palácio da Alvorada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros integrantes da Casa Civil e da Secretaria de Comunicação Social (Secom).
Haddad coordenará as falas públicas e negociará com líderes do Congresso, acompanhado pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. A preocupação é que mensagens desencontradas possam gerar confusão e denotar desalinhamento interno.
O anúncio das medidas contará com alinhamento estratégico entre o Ministério da Fazenda e a Secom. Recentemente, líderes da base governista se reuniram para discutir a proposta, e somente Haddad falou publicamente sobre o tema.
As novas medidas devem incluir:
- 5% de Imposto de Renda sobre aplicações financeiras atualmente isentas, como LCI e LCA;
- Alíquota uniforme de 17,5% para outros investimentos, incluindo criptomoedas.
Atualmente, a tributação é regressiva, variando de 22,5% a 15% com base no tempo de aplicação. Haddad garantiu que as mudanças não afetarão o cotidiano da população e contribuirão para a queda dos juros e do dólar.
Ele enfatizou: "Todas as medidas envolvem o mercado financeiro e não mexem com o cotidiano da população."