IOF: Governo ainda não entendeu que subir imposto hoje é mais impopular do que cortar gastos

A confusão sobre o aumento do IOF persiste, revelando a falta de entendimento do Ministério da Fazenda e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cúpula petista não compreende que, para o Congresso, aumentar impostos se tornou tão impopular quanto cortar despesas.

A ideia de que o aumento da tributação atinge apenas os “moradores da cobertura”, defendida pelo ministro Fernando Haddad, não é aceita pelos parlamentares. Todos sabem que empresas repassarão esses custos aos consumidores.

A reunião de domingo não foi vista como um acordo sólido na Câmara e no Senado. Apesar da presença dos presidentes Hugo Motta e David Alcolumbre, o que se discute nos corredores é que isso não garante votos em plenário. Caso os Projetos de Decretos Legislativos (PDL) sejam pautados, a medida do IOF pode cair imediatamente.

Uma máxima política diz que “governo não quer tomar decisão cria grupo de trabalho” e foi isso que o governo federal fez em relação à redução de gastos primários.

Haddad mencionou a formação de uma comissão de líderes para discutir projetos de consenso, mas, como sempre, prazos e detalhes ficam indefinidos.

A proposta que reduz em 10% os gastos tributários infraconstitucionais para pessoas jurídicas também terá impacto nulo, necessitando de aprovação de outros projetos para detalhamento.

Histórias anteriores mostram que lobbies no Congresso travaram propostas similares, resultando em ineficácia na redução esperada.

O último relatório bimestral de Receitas e Despesas previu que os gastos primários aumentarão de 18,8% para 19% do PIB. Com esse nível de despesa, não há aumento de receita que retorne ao superávit primário. É fundamental cortar gastos, e essa responsabilidade cabe ao Executivo.