Investigado por 'Abin paralela', testemunha de Ramagem diz que detectou sensibilidade no FirstMile
Testemunha revela investigação sobre o software FirstMile utilizado na Abin durante gestão do deputado Alexandre Ramagem. O sistema é alvo de questionamento no contexto de uma suposta trama golpista ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Depoimento no STF investiga Alexandre Ramagem
Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, testemunha do deputado Ramagem (PL-RJ), declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que detectou sensibilidade no sistema FirstMile a pedido do então diretor da Abin.
A investigação da Polícia Federal apura o uso do software para monitorar autoridades e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Coelho, delegado da Polícia Federal e investigado na ação conhecida como "Abin Paralela", mencionou que a verificação do FirstMile não indicou ilegalidades, apesar da sensibilidade detectada.
Durante seu depoimento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, questionou a credibilidade de Coelho, que cumpre medidas cautelares relacionadas ao caso, mas o ministro Alexandre de Moraes permitiu que falasse como testemunha, alertando sobre o direito de não se incriminar.
Ramagem é acusado de três crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Na mesma sessão, o STF ouviu Waldo Manuel de Oliveira Aires, indicado pelo general Walter Braga Netto, que também é réu na investigação. Aires não se recordou de defender o artigo 142 da Constituição como forma de atuação das Forças Armadas como um "poder moderador".
Ele relatou ser amigo de Braga Netto e que ambos estiveram juntos no dia 8 de janeiro, quando ocorreram invasões à sede dos Três Poderes, afirmando ter se surpreendido com a vandalização.
A audiência, presidida por Moraes, durou cerca de 40 minutos. Outras testemunhas indicadas por Augusto Heleno, ex-ministro de Bolsonaro, serão ouvidas ainda hoje.