Investigação aberta pelos EUA é acompanhada por robusto arsenal para a guerra comercial
Investigação dos EUA aponta práticas comerciais do Brasil em diversas áreas. A medida poderá resultar em sanções unilaterais, acentuando a tensão nas relações bilaterais.
Investigação Comercial dos EUA contra o Brasil
Ontem, os Estados Unidos oficializaram a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974.
O ato do USTR (Escritório do Representante do Comércio dos EUA) aborda práticas supostamente lesivas do Brasil, incluindo:
- Comércio digital
- Pagamento eletrônico
- Tarifas preferenciais
- Propriedade intelectual
- Acesso ao mercado de etanol
- Políticas anticorrupção
- Questões ambientais (como desmatamento ilegal)
Essa medida marca mais um capítulo na tensa relação bilateral.
A Seção 301 permite que o governo dos EUA investigue práticas estrangeiras injustificáveis, desleais ou discriminatórias, mesmo sem violação de acordos internacionais. As consequências podem incluir:
- Imposição de tarifas extras
- Restrições à importação
- Suspensão de benefícios
- Outras sanções unilaterais
Historicamente, a Seção 301 foi usada contra o Brasil nas décadas de 1980 e 1990, especialmente em disputas de propriedade intelectual, e mais recentemente contra China, Índia e União Europeia.
Além da Seção 301, os EUA possuem:
- Seção 232 - Impõe tarifas por segurança nacional
- Seção 201 - Autoriza barreiras em casos de aumento de importações
- IEEPA - Permite restrições comerciais em situações de emergência
O aumento dessas medidas gera questionamentos sobre o unilateralismo e a ineficiência da OMC, com países aplicando contramedidas e dificultando soluções multilaterais.
Essa dinâmica resulta em maior insegurança jurídica e custos adicionais para exportadores, exigindo habilidade diplomática e uma assertiva defesa dos interesses nacionais.