Investidores da Stellantis contestam remuneração de € 23,1 mi do ex-CEO Carlos Tavares
Investidores manifestam descontentamento com a alta remuneração de Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis, em meio a um ano de resultados financeiros negativos. A assembleia geral enfrenta pressão para rejeitar o relatório de remuneração e medidas que aumentariam os incentivos de longo prazo aos executivos.
Investidores da Stellantis reagem negativamente à remuneração de € 23,1 milhões (US$ 26,2 milhões) ao ex-CEO Carlos Tavares, mesmo após queda nas vendas e lucros.
A Allianz Global Investors e a Proxinvest pediram que acionistas votassem contra o relatório de remuneração na assembleia geral anual.
O salário previsto para 2024 de Tavares, junto com adicionais de € 12 milhões, gerou críticas devido a uma queda da demanda nos EUA, atrasos na Europa e conflitos com políticos e sindicatos.
“Não é aceitável conceder indenização a um gerente que levou a empresa a uma situação de fracasso”, afirmou Charles Pinel, da Proxinvest.
Ações da Stellantis apresentam desempenho abaixo de suas principais rivais. A montadora não comentou imediatamente. Tavares não respondeu às solicitações de comentários.
A Stellantis busca um substituto para Tavares e prevê lucratividade mais fraca em 2024, devido à demanda instável na Europa e quedas de 20% nas entregas na América do Norte.
A remuneração de Tavares tem sido alvo de resistência há anos, atingindo € 36,5 milhões em 2023. Há três anos, acionistas já haviam rejeitado seu salário em votação não vinculante.
A Allianz considera o salário de 2024 “excessivamente generoso” e a votação prevista não é vinculativa.
A Institutional Shareholder Services aconselhou voto contra aumento no valor de incentivos de longo prazo, mencionando que a Stellantis já oferece remuneração “excessiva” a executivos.
A Proxinvest também indicou voto contra a recondução de membros do conselho, incluindo Fiona Clare Cicconi, executiva do Google.