INSS reclama de pagamento de R$ 4 mi para Correios operarem reembolsos, diz jornal
INSS contrata Correios para atendimento a beneficiários devido a descontos indevidos de mensalidades. Medida visa agilizar contestações, mas gera polêmica sobre a terceirização e o impacto na força de trabalho do instituto.
INSS firma contrato de R$ 4,03 milhões com os Correios para atendimento presencial a beneficiários com descontos indevidos de mensalidades.
A remuneração por atendimento será de R$ 7,90, ligada às contestações de descontos. O jornal Folha de S. Paulo informou que foram feitas 510 mil contestações em mais de 900 mil atendimentos. O objetivo é agilizar o atendimento às vítimas de fraudes utilizando a rede postal.
No entanto, servidores do INSS questionam a terceirização e defendem o atendimento direto pelo instituto, propondo uma força-tarefa presencial e ampliação de horários. A resistência ao retorno presencial pode gerar tensões e potencialmente uma greve.
O contrato também representa um reforço financeiro para os Correios, que enfrentam prejuízos crescentes, acumulando um rombo de R$ 2,6 bilhões em 2024. No primeiro trimestre de 2025, o déficit já atingiu R$ 1,7 bilhão.
A crise é resultante de:
- Queda nas receitas com encomendas internacionais;
- Aumento de despesas operacionais, especialmente com pessoal.
Os Correios perderam sua posição predominante na entrada de pequenas encomendas internacionais e, em 2024, o faturamento com postagens internacionais caiu 12%, e 58,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao ano anterior.
Apesar da queda na receita, os custos operacionais aumentaram 4,7% em 2024, com despesas com pessoal subindo 8,1%. O primeiro trimestre de 2025 também mostrou um aumento de 9,1% nos gastos com pessoal.
Como resposta a essa situação, os Correios lançaram um plano de redução de R$ 1,5 bilhão em despesas, que inclui:
- Programa de Desligamento Voluntário (PDV);
- Retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho;
- Redução de linhas na malha aérea, com economia estimada de R$ 1 milhão por dia.
Além disso, os Correios estão em negociações para um financiamento de R$ 3,8 bilhões com o Novo Banco de Desenvolvimento para modernização.
Há preocupação dentro do governo Lula sobre a sustentabilidade da estatal. A secretária Elisa Leonel alertou sobre o risco de dependência do Tesouro Nacional. Sem mudanças estruturais, o risco de colapso financeiro se intensifica.